quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

Some day, I may...

Eu gosto da minha vida. De verdade.

Mas, sonho com o dia em q algumas coisinhas vão mudar...nada demais!

O dia em q terei uma casa enooooooooooooooooorme, com banheiros igualmente enormes, dos quais não vou precisar sair, para Leo entrar.

O dia em que haverá interfones em cada cômodo e chamarei James, pelo aparelho, para q me leve meu breakfast (café da manhã, em inglês!!!!!).

Não vou trabalhar nunca mais!!!! (Oh, glória!)

O momento em q desfilarei em frente à vitrines e simplesmente direi: este, esta, aquele e o outro...e o pobre James virá abarrotado de sacolas, me seguindo.

Encontros com Glorinha Kalil, participação no Saia Justa, uma coluna em Marie Claire (Maria Clara, em francês), respondendo às leitoras, sedentas por sábios conselhos emocionais.

Doações vultosas aos flagelados pela fome, pela seca, desabamentos, chuvas...

Um personal trainer q me dirá apenas o q eu quiser ouvir...sem me castigar com abdominais, flexões, exercícios de glúteos e afins.

Uma amizade estreitíssima com Dr. Hollywood, intimamente tratado por Rayssa (convenhamos), q moldará as raras falhas corpóreas.

Um carro abençoado, sem as malfadadas marchas, com ar condicionado e cujo som não fique mudo, a cada quebra-molas.

Um poodle rosa, com coleira de cristais, de nome Mimi.

Viagens intermináveis, de primeira classe, of course!!! (peguem um dicionário!) e hospedagens em hotéis podres de chiques.

E, claro, um personal psiquiatra, disposto a ouvir meus devaneios a qq momento e generoso, nas prescrições de rivotril, anafranil e outros psicotrópicos q possam me auxiliar a suportar tanta dureza...

domingo, 23 de janeiro de 2011

Coisas de menina...

Há alguns diálogos, aqui em casa, q me levam a um extremo periclitante da paciência feminina.
Não posso repetir a roupa.
Por que?
Porquê não, oras.

Por que precisa de mais um par de sapatos?
Porquê sim, uai.

Para que tem q se maquiar toda só para buscar Arthur na creche?
Porquê vai haver outras pessoas lá.
Como assim, outras pessoas? Vc é casada...
(Urgh...) Sim, mas, haverá outras mulheres!

Leo, troca essa blusa.
Por que?
Não quero q pensem q sou uma desleixada com as coisas do meu marido.

Ela é mais gorda q eu?
É.
Vc nem sabe de quem estou falando!!!
Com certeza, é mais gorda, amor...não precisa olhar.

Vc gosta do meu cabelo assim? (sem olhar para mim)
Humrum.

E gostou do colar com essa blusa? (sem, sequer, saber a cor de um e do outro)
Ficou lindo.

Amor, queria tanto fazer uma carboxiterapia super rejuvenescedora, q vai otimizar meus...
Quanto é?

Durante a novela:
Vc tá chorando por quê?
Pq ela tá beijando o Edgar.

Vc tá chorando por quê?
Pq ela tá beijando o Renato!

Princesa, acho q vc tá comendo um pouquinho demais.
Tá me chamando de gorda?
Não. Vc é linda.
(Saída dramática, com as mãos no rosto)

No quarto...fungadas profundas, longas e acusatórias.
Ele demora um pouco, mas vem e pede desculpas.
Desfio um rosário sobre como sou uma pessoa sensível, delicada, nada manipuladora e angelical e ele assente.

Ai, Jesus, dai-me paciência!!!

Saudade.

Saudade é bicho traiçoeiro. Vem rasteira, preguiçosa e se aloja e ganha espaço e fica grande e transborda em rio de leito caudaloso de lembranças.
Tenho saudade do que vi.
De quem vi.
Tenho saudade de uma hora, de um dia, de uma vida.
De um olhar.
De um toque.
De um cheiro.
Uma voz.
Tenho saudade de lugar.
De sentir o vento no rosto.
De pisar aquele chão.
De ouvir as folhas cortando, delicadas, o ar.
Tenho saudade do bolo de cenoura da mamãe.
E do biscoito frito da vó.
Tenho saudade das férias na casa da Bina.
Das conversas com a Martinha.
Do carinho amigo da Fifi.
Dos telefonemas da Bru.
Da capela.
Do povo da capela (há exceções!).
Tenho saudade do Júlio.
E de pensar q era mesmo amizade.
Saudade da Fatinha, da Ângela, do David e da Val.
E de sentir neve desmanchar na ponta do nariz.
Saudade de dormir a noite inteira, o quanto quisesse.
De sair ontem e voltar hoje.
Saudade de quem foi levado da vida e ficou no coração.
Saudade de ouvir o Bruninha do meu pai.
Saudade do q passou.
E dos sonhos q morreram sonhos.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

fortuna

Ser mãe é o q de mais incrível já me aconteceu.
Tudo em mim respira, transpira e vive Arthur.
Faltam palavras.
Sobra sentimento.
Correm em minhas veias esse nome, essa existência.
Já me perdi e me encontrei no seu sorriso.
E no pulsar do seu coração pequenino, é ritmada a cadência do meu.
Sou impregnada de amor, de zelo, de vida...
Eis a minha razão. Esse é o meu por quê.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Amado

No meu convite de casamento, vinha escrito assim: "O amor é paciente, o amor é bondoso, tudo crê, tudo espera, tudo suporta..."

Muito bonito. E necessário.
Tenho quase 4 anos de casada. 5 de namoro. E Leo é o que se pode chamar de gentleman. É carinhoso, calmo, excelente (o melhor) pai, um marido atencioso e presente - em ambos os sentidos.
Acho que exatamente por nos lastrearmos na citação acima é que as coisas continuam assim.
Confesso que não sou fã de lavar cuecas, baixar a tampa do vaso, pedir pra fechar o ralo, querer falar, falar, sem receber o menor crédito, enquanto ele quer assistir ao jornal, ou ler alguma coisa na internet.
E ele tbm não curte lá muito a minha ansiedade desesperada, a compulsão por gastar, a desorganização, o espirro estridente (quase igual a risada), a falazada, enquanto ele quer assistir ao jornal ou ler alguma coisa na internet.
Mas, o amor é paciente.

Por outro lado, há tantas, inúmeras, infindáveis manifestações de doação que a gente praticamente esquece as vicissitudes. Há uma rosa inesperada, a mensagem no celular, o e-mail com carinhas felizes e coraçõezinhos apaixonados, o jantar romântico, a vela acesa, durante a massagem noturna, a abdicação de algo que queríamos há muito tempo pelo simples e prioritário motivo do bem do outro.
O amor é bondoso.

Qdo nos casamos, fazíamos muitos planos. De termos muitos filhos, de viajarmos, comprarmos uma casa grande, realizarmos os Natais mais felizes e cheios de luz. Nada disso ainda foi possível. Temos nosso pequeno Arthur, q vale uma casa cheia, viajamos para BH. Ainda vivemos de aluguel e nunca montei, sequer, um bonsai de Natal...
Mas, faremos. Isso e mais.
O amor tudo crê.

Leo está entrando no doutorado. É mestre o meu amor! E ainda não me deu as jóias, o cruzeiro para as Bahamas, a mensalidade de R$ 1000,00, por serviços prestados (lembrem-se da cueca), o casamento no Brasil, com o Daniel cantando para eu entrar (ai, minha veia brega fala mais alto)...
Mas, o amor tudo espera...hehehe

Leo e eu passamos por momentos difíceis. Muitos.
Juntos. Brigamos, nos reconciliamos, brigamos de novo. Divergimos em pensamentos, comportamentos.
Já quisemos nos matar. Mas, nunca, nunca nos separar. Porque somos um. Somos amor.
E amor tudo suporta.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

all we need is love!!!

Há algum tempo, havia uma crença disseminada entre mães e avós de que bebês gordos é que eram bebês saudáveis. Eu era, acreditem ou não, uma criancinha normal...nem raquítica, nem rechonchuda. Mas, mamãe achou que não estava bem. Resolveu me dar o tal Biotônico Fontoura, que, digo a vocês, possui o efeito mais longo já conhecido no mundo dos fortificantes...não me deixa mentir a história posterior a ele.
Tornei-me uma criança obesa...e, meu Deus! Como os coleguinhas (agentes do mal) podem ser cruéis! São de uma sordidez, uma frieza...e, assim, se iniciou a minha vida escolar. Vivia escutando: olha a gorda, q traz ovo cozido na merendeira (outra insistência da mamãe), flatulenta – o ovo produzia esse efeito – e sebosa (minha pele era de uma oleosidade danada).
Mas, não, caros leitores, isso não me aplacou ou fez calar o viés artístico e dramático tão ressaltado. À época, morava em Poços de Caldas e, a despeito de ser a gorda do ovo, era a filha do delegado. Coisa chique. Uma estirpe mãe d´égua. Portanto, as professoras (irmãs de caridade) até me destinavam uma certa deferência. Afinal, papai poderia fazer favores, de quando em vez.
Esse estímulo, ainda q tímido, me fez querer participar de muitas manifestações artísticas do colégio. Quando havia alguma peça a ser encenada, eu me prontificava ao papel principal, mas, por um argumento ou outro, nunca era escolhida. (Isso pq nunca encenaram Dumbo...hehehe)
Mas, uma lembrança forte e, na ocasião, muito triste, foi a coroação de Nossa Senhora. Era a maior festividade q um colégio de freiras, filhas de Maria, aguardava. E havia dois papéis de muito destaque: o de colocar a coroa e o de colocar a palma. Na pré-seleção, já disseram q a palma seria papel de um menino. Bem, me restava a coroa. Mas, para minha completa desilusão, não fiquei nem mesmo no quarto degrau, das menininhas q jogariam flores, durante a cerimônia.
Fiquei desolada. Cheguei em casa e mamãe se apiedou dos lamentos. Foi até a escola, conversou com a madre. E voltou com o seguinte: ficamos com medo do peso dela fazer a escadinha ceder e machucar as outras crianças...
Trágico!!!
Enfim, depois de muitas lágrimas – tbm gordas – consegui superar esses e outros traumas subsequentes.
Minha juventude tbm foi um mural de lamentações, mas, finalmente, chegou o dia em q consegui me aceitar. Sobretudo, gostar de mim. Claro que uma dietinha aqui, outra ali não fazem mal. Mas, obsessão, sofrimento...eu, hein! Tô fora.
Eu sou perfeita. Deus me ama tanto, com toda a minha opulência e talento (rs)...quem sou eu para discordar dele? Precisamos é de amor...amor para nos aceitarmos, para nos resignarmos e, se não nos pudermos mudar, amor para conviver conosco mesmos!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

sob nova direção!

Estou aprendendo a dirigir. Pela enésima vez...
Comecei nos Estados Unidos. Leo tinha um carro. Desses em q não há as malignas marchas - devo dizer: essas coisas não são de Deus. Só servem para deixar a gente zureta. Nós fomos a um lugar ermo, onde quase não passavam carros e minha missão era, tão somente, andar em linha reta. Não consegui. A sensação grandiosa de estar no controle ( nesse caso, descontrole) de uma máquina sobre rodas me invadiu de forma tão inebriante q ziguezagueando levei o carro aos limites dos barrancos q ladeavam a pista.
Mas, Leo é um quase Jó. Não me permitiu parar em meu primeiro fracasso. Houve muitas outras, divertidas e catastróficas lições. Certa vez, já cheia de mim, peguei um cart, ainda nos EUA e decidi radicalizar. Castigando o acelerador e me sentindo veloz e furiosa, percorri os campos da Bergeson Greenhouse e acertei em cheio uma macieira...o carrinho e os arredores ficaram cheios de maçãs e a árvore, coitada, peladinha, destoando de suas vizinhas. Dessa vez, Leo ficou um tantinho zangado, teve q catar um montão de maçã, enquanto eu me lamentava por ser tão desastrada. Maldizendo todas as minhas tentativas, praguejando contra minhas escolhas, minhas (in)capacidades...fiquei muito frustrada.
Desisti.
Acho q isso era senão um reflexo de mim. Insegura, descompensada (como se diz por estas bandas), sem saber pra onde ia e nem como controlar meus impulsos.
Muita coisa ainda continua igual. Por exemplo, fico atrás do volante rezando para q nunca haja carros na direção contrária ao meu, atrás do meu, ultrapassando o meu, AMÉM!
Ainda brigo um pouco com a tal linha reta...
Mas, belamente, me vejo um tanto mais segura...hj, um carro veio em direção contrária ao meu. Eu segurei forte o volante, tentei seguir a bendita linha imaginária e ainda acenei cordialmente ao outro motorista, num acesso da minha excentricidade aparecida, como se dissesse: olha eu dirigindo!!!! Que MARA!!!
Pode parecer inutilidade isso tudo. Mas, interiormente, é uma grande vitória. Sempre li em alguns comentários maldosos ou até mesmo ouvi despudoradamente q o meu desequilíbrio me impediria disso e daquilo. Que não seria boa advogada, pq sou muito passional, q não seria boa esposa pq não sou segura, q blábláblá...
Balela. Estou dando um grande passo. Algo concreto q me diz q, daqui uns anos, talvez, eu possa estar de toga, atrás da minha mesa chiquérrima de mármore carrara, acenando aos q vierem em direção contrária à minha, dizendo: olha eu juíza...q TUDO!!!!!!!

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Como é bom...

O tempo, os sabores e as muitas pancadas da vida me fizeram entender q é absolutamente indispensável me amar. E, assim, tenho devotado tempo a cuidar de mim.
Antigamente, entendia q minha vida era um pouco, tbm, a vida da minha mãe, do meu pai, do meu irmão, da melhor amiga, de fulano e ciclano. E, deste modo, recaíam sobre os meus ombros os jugos, as tristezas e conflitos desse povo todo. E isso criava os meus próprios fardos. Eu era a Bruna incapaz de ajudar a mamãe, de socorrer o Diego, de resgatar qq um. Sentia essa impotência como o meu maior defeito, claro, adicionado às estrias, ao jeitão escandaloso e direto, à impopularidade na escola (pq, não, eu não era uma Barbie girl).
Bem, favas contadas, o saldo disso tudo: uma insegura e imatura gente grande, num mundo em q é preciso ser forte, é preciso ser adulta.
Deus é bom. Bom e lindo. Exuberante. Deus me laçou e começou a me moldar, fazendo perceber q meu corpo era demasiado importante, para repousar em braços vadios, começou a me mostrar q minha mãe, o Diego, a Martinha, o papa...todos têm seus problemas e q ele não havia me dado uma capa, nem um body vermelho ultra colado, para ter o poder de sanar tudo. Deus me mostrou q é preciso cuidar de mim.
E, hj, como é bom cuidar da Bruna! Como é bom saber a Bruna...como é bom passar um batom, ornar as orelhas, os pulsos, os dedos e sair brilhando...como é bom rir a mais sonora das risadas e me desafogar no prazer de estar viva! Como é bom me perfumar, passar a mão sobre meu ventre marcado de estrias, de flacidez advindas da gestação e perceber q, lá dentro, no berço, dorme a jóia mais preciosa do meu mundo, q fui eu quem o gerou. Como é bom saber q Deus me deu a graça de ser morada de Arthur q, hj, é morada da minha alegria!
É bom, tbm, conhecer meus limites. Sou a Bruna q não sabe controlar dinheiro. A Bruna q se enrola com números e sempre sai lesada em trocos grandes. Bruna q não pode ser exposta a demasiadas emoções para não se ver tremendo, querendo colo.
E o mais belo de tudo isso é o q segue: essa é a Bruna. Essa sou eu, q, por óbvio, não posso ser limitada a caracteres, mas, cuja essência é estampada na aceitação. Já briguei muito para mudar quem eu sou. Agora, brigo para manter o q sou.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Feliz 2011

A musiquinha da televisão diz q em 2011 todos os nossos sonhos serão verdade...

Eu gosto de anos novos. E, apesar de saber q o tempo não interrompe sua linearidade, no 31 de dezembro, gosto, tbm, de imaginar q, nesse período, se alcança uma estaca zero e q, dali em diante, podemos fazer tudo diferente. É fato q decisões de mudança podem ocorrer em qualquer momento, mas, a virada do ano parece tão adequada, tão propícia a sermos melhores pais, amigos, irmãos, filhos, empregados, empregadores, seres humanos!
Gosto de ver a esperança renovada nas palavras dos q dizem q vão parar de fumar, de beber, de comer brigadeiro de panela, às escondidas. Gosto de ver chefes de Estado desejando a paz entre as nações, a comunhão entre povos distintos, o fim da estúpida guerra santa.
Gosto de me sentir capaz de amar mais e dizer mais isso aos q amo. Gosto de acreditar q as coisas do passado podem ser esquecidas, qdo nada, adormecidas e q o novo é q importa. Gosto de imaginar q planos e desejos grandes são atingíveis, plenamente. Isso deixa mais fácil o sonho e nos imbui de uma gana de conquistar, uma coragem de fazer...
Precisamos disso. Vivemos de estímulos. E o ano novo é o estímulo maior para q a essência de cada um, q, preciso acreditar ser boa, floresça, renasça e reabasteça a casa, o bairro, a cidade, o Brasil, o mundo.
Feliz Ano Novo a todos nós. Felizes conquistas, ricos aprendizados, profundas mudanças e vida longa aos sonhos q, não vingando em 2011, contam com todos os anos novos para serem verdade...