segunda-feira, 30 de julho de 2012

saudade

Tem gente q acha saudade sentimento bonito...talvez, até eu mesma pense assim. É fato q há um quê de lirismo, de poesia em toda saudade, mas, como diria o poeta, saudade é solidão acompanhada, é quando o amor ainda não foi embora, mas, o amado já...Pablo Neruda é mesmo admirável e devia estar ao lado de um bom conhaque, para anestesiar a dor disso q é e não é, ao mesmo tempo.

Eu tenho saudade. E a presença é a ausência e o q mais dói é q o vazio pode ser mais doloroso q punhal. Eu escutei de um encontro de almas, de irmãs trazidas pela vida, de algo q não terminaria.

Hoje, penso se, algum dia, começou. As pessoas têm o hábito de banalizar palavras, q encerram conteúdos, para mim, muito profundos. Qdo digo q amo, amo mesmo...e se odeio, tbm é pra valer. Amar é ser verdadeiro, em tudo. Até no q machuca. E foi o q fiz. Amei...contei, falei. E, como lixo, pegaram tudo o q foi dito numa carta bonita e bem escrita, cujas vírgulas, pontos e parágrafos habitavam lugares próprios e eram ali felizes para sempre, e descartaram. Criaram o fenômeno sociológico: ex-irmã. Criaram o buraco q, atualmente, tem gritado e, em ecos, me feito perceber: o engano foi seu.

Eu sinto saudade. Mas, tbm, medo. Pq, na verdade, o q quero, nesse ponto da vida, é a verdade. Quero o q Deus quer pra mim. E, a despeito de toda falta, tenho receio de q um regresso pudesse ser, novamente, o trilhar caminhos de engôdo...e a isso, eu prefiro a saudade. Um dia, ela se cala.


quarta-feira, 25 de julho de 2012

Navegar é preciso...

Todo mundo tem problema. A gente escuta isso sempre, como desculpa, como acusação. E, de fato, todos somos acometidos por intempéries, inesperados, insabidos...
O diferente é o q cada um faz com o q a vida traz...gosto da metáfora da vida como um rio. As águas nunca são as mesmas em q uma vez nos banhamos. Ainda q façamos as mesmas coisas, há um novo olhar, um nova perspectiva, um toque diferente. E, depois q Deus entra no nosso íntimo, o rio passa a ter mais sentido...as coisas vão além da rotina besta do ontem.
Há curvas...e, nelas, costumam parar os entraves. Galhos, pedras, lixo com o qual temos q lidar.
Eu não sei se, hj, vc está no leito caudaloso ou na curva rasa, desesperançosa do seu rio. Mas, o q mais importa é como se comportar, onde estiver.
Abrir o laudo médico, q diz de uma nova criança no ventre é algo q se pode encontrar, na travessia do rio, bem como qdo se abre um laudo e o q há é o diagnóstico de uma metástase...a diferença é o se posicionar.
Decidi por ser feliz. Esteja crescendo em mim uma vida ou um corpo q pode me tirar a vida...decidi tentar retirar a imundície dos contornos e aproveitar, ainda q de longe, o leito...
O curso das águas é controlado por alguém cuja vontade é soberana...e, algumas vezes, estanque da minha e, todas as vezes, melhor q a minha.
Portanto, sigamos em nosso velejar...enfrentando obstáculos ou navegando em calmaria. O q não podemos é ficar parados. Mover-se é se decidir.
E eu me decidi por ser FELIZ...por ser marinheira aguerrida, nas águas da vida.




domingo, 8 de julho de 2012

O sorriso de Deus.

Estou em vias de completar cinco anos de casada. E, muito em razão de encontros e desencontros q vejo por aí, tenho pensado acerca do q isso significa.

Tem gente q pensa q um papel, o dormir e acordar juntos, a aliança no dedo, o sobrenome trocado é casamento.

E o q eu vivo é tão diferente disso q, de fato, chego a me questionar: o q é mesmo esse relacionamento?

Leo conhece os pormenores das mais doloridas, feias e tristes histórias da minha vida. Esteve presente em episódios recentes e ainda latentes. Já me viu linda, horrorosa, chorar, sorrir, sorrir mais...passou vergonha com meus espontâneos escândalos, ao encontrar um amigo na rua e, tbm, pelos suspiros inevitáveis nas incontáveis vezes em q viu meu rosto lavado de lágrimas (por um filme, um bilhete, um telefonema, um pedido em casamento).

Eu o conheço. Sei q o rumo daqueles olhinhos espertos, q conservam o meu marido menino, me diz de como está seu coração. Sei q o cabelo atrapalhado e os óculos fora de lugar significam um dia difícil de trabalho e q é melhor não usar canela em pó, como tempero. Sei q nunca está prestando muita atenção, qdo estou falando das inovações alucinantes do mundo dos cosméticos e q, à noite, sua mão vai procurar a minha, para q, assim, adormeçamos.

Meu marido me respeita. Pq, na verdade, antes mesmo de nos casarmos, houve o compromisso, a decisão de q nos tornaríamos um. Se não me respeitasse, portanto, seria um contra-senso. Uma ofensa a si mesmo.
O nosso casamento é repleto de "obrigadas" e "por favores". De: como vc é linda e como vc está cheiroso...há, tbm, as constantes preces de agradecimento por eu ser do meu amado e ele ser meu. Gratidão pq, disso, a q se chama casamento, surgiu o nosso príncipe, q ilumina nossa vida e fez materializar a nossa urgência de amar e florescer.

Meu casamento tem sempre um: eu te amo, ao final de cada ligação. Tem o bom dia, princesa e pão de queijo - feito por ele - para o meu café da manhã. Tem sonhos. De mais. Mais filhos, mais alegria, mais tempo juntos, mais viagens, mais de Deus, mais na fé. Tem um torcendo pelo outro e vibrando, a cada conquista. Tem admiração mútua. Tem desejo do eterno, até q a morte nos separe.

O Leo, homem de poucas palavras e atenta observação, me disse, numa de nossas longas e agradáveis conversas, deitados em nossa cama: vc é o maior sorriso q Deus já me deu.

Nós nos casamos nos Estados Unidos. Portanto, nosso papel não vale no Brasil. Dormir e acordar juntos não é lá um mérito e predicado do casamento...afinal, hj em dia, há tanta gente dormindo em camas alheias, deixando um pouco de si, saindo mais vazio. Nossas alianças foram, durante muito tempo, diferentes, uma da outra - nos EUA, é incomum vender o par...então, ele comprou um modelo pra mim e outro pra ele. E meu sobrenome continua Cordeiro, mas, eu adotei o Alencar, pq soa mais glamouroso.

O lugar onde está gravada a nossa união não é uma certidão. É uma certeza. Eu não durmo com meu marido. Repouso, no meu refúgio. A aliança entre nós é um cordão: eu, ele e Jesus Cristo...e isso ngm pode quebrar. E, meu sobrenome, bem, acho q, verdadeiramente, não é Cordeiro e nem Alencar. É afortunada. Pq Deus deu o Seu melhor sorriso para mim.


segunda-feira, 2 de julho de 2012

Etapas

Arthur frequenta uma creche. Ele brinca, como criança q é. Brinca e, aos poucos, e de forma muito natural, começa a aprender conceitos de moralidade, de vida em sociedade.

Outro dia, a mãe de um coleguinha dele sugeriu a Leo q isso não era o certo. Disse de uma instituição na qual as crianças têm apostilas, fazem deveres de casa e ostentam responsabilidades...oi? Meu filho - e, tbm, o dela - não tem ainda 3 anos. É uma criança, em sua essência, inocência e o q mais isso encerra. Arthur precisa explorar o lúdico, conhecer seus limites, correr, cair, machucar joelho, ralar cotovelo, aprender canções de repetidas rimas, q falam de dar flor a quem ele tem amor...

Ouvi, ontem, a pregação de um pastor a quem tenho muito apreço, Neil Barreto e, baseado em Eclesiastes 9, 10-12, ele disse um pouco do pular etapas, q nós teimamos em realizar. A criança quer ser adolescente, q quer ser jovem, q quer ser adulto...e, assim, temos visto o q tem acontecido. Crianças perdendo a infância, em frente a videogames, em frente a espelhos, se maquiando, de salto alto, de armas (ainda q de brinquedo) nas mãos, de palavras inadequadas na boca e pensamentos precoces na mente.

Adolescentes de arma - agora, infelizmente, não mais de brinquedo - em punho, imitando o anti-herói do counter strike, machucando, matando, desrespeitando. Cabulando aula e se vangloriando disso. Enganando pai e mãe - não isentos de culpa, pois, muitas vezes, são propulsores dessa precocidade. Desejando se tornar logo um adulto, para não ter q ouvir mais as tolices dos "velhotes".

Adultos vazios. Em conteúdo, em sentimento, em experiência. Acreditando q a vida não tem sentido. Adultos suicidas, bipolares, egoístas.

Graças a Deus, eu não pulei etapas. A Deus e aos meus rígidos pais, a quem SEMPRE respeitei e tive temor. Fui criança, quebrei braço, brinquei de Barbie, fui médica, manicure, dentista, advogada...qdo adolescente, estudei. E estudei mais um pouco. Pq eu tbm queria ser adulta, mas, antes de adulta, queria ser alguém. Alguém com o q falar, com noção dos porquês e para quês. Alguém q valorizasse a vida. E acho q fui bem-sucedida nisso.

Sabores e dissabores devem ser vividos. A seu tempo. Para tudo, há um tempo. E, hj, sinceramente, acho q é nisso q consiste o bom viver: cumprir etapas, aprender com elas. Levar, de cada uma, sua lição. Ter base para o porvir e bagagem para advertir. Para tudo, um tempo.