segunda-feira, 2 de julho de 2012

Etapas

Arthur frequenta uma creche. Ele brinca, como criança q é. Brinca e, aos poucos, e de forma muito natural, começa a aprender conceitos de moralidade, de vida em sociedade.

Outro dia, a mãe de um coleguinha dele sugeriu a Leo q isso não era o certo. Disse de uma instituição na qual as crianças têm apostilas, fazem deveres de casa e ostentam responsabilidades...oi? Meu filho - e, tbm, o dela - não tem ainda 3 anos. É uma criança, em sua essência, inocência e o q mais isso encerra. Arthur precisa explorar o lúdico, conhecer seus limites, correr, cair, machucar joelho, ralar cotovelo, aprender canções de repetidas rimas, q falam de dar flor a quem ele tem amor...

Ouvi, ontem, a pregação de um pastor a quem tenho muito apreço, Neil Barreto e, baseado em Eclesiastes 9, 10-12, ele disse um pouco do pular etapas, q nós teimamos em realizar. A criança quer ser adolescente, q quer ser jovem, q quer ser adulto...e, assim, temos visto o q tem acontecido. Crianças perdendo a infância, em frente a videogames, em frente a espelhos, se maquiando, de salto alto, de armas (ainda q de brinquedo) nas mãos, de palavras inadequadas na boca e pensamentos precoces na mente.

Adolescentes de arma - agora, infelizmente, não mais de brinquedo - em punho, imitando o anti-herói do counter strike, machucando, matando, desrespeitando. Cabulando aula e se vangloriando disso. Enganando pai e mãe - não isentos de culpa, pois, muitas vezes, são propulsores dessa precocidade. Desejando se tornar logo um adulto, para não ter q ouvir mais as tolices dos "velhotes".

Adultos vazios. Em conteúdo, em sentimento, em experiência. Acreditando q a vida não tem sentido. Adultos suicidas, bipolares, egoístas.

Graças a Deus, eu não pulei etapas. A Deus e aos meus rígidos pais, a quem SEMPRE respeitei e tive temor. Fui criança, quebrei braço, brinquei de Barbie, fui médica, manicure, dentista, advogada...qdo adolescente, estudei. E estudei mais um pouco. Pq eu tbm queria ser adulta, mas, antes de adulta, queria ser alguém. Alguém com o q falar, com noção dos porquês e para quês. Alguém q valorizasse a vida. E acho q fui bem-sucedida nisso.

Sabores e dissabores devem ser vividos. A seu tempo. Para tudo, há um tempo. E, hj, sinceramente, acho q é nisso q consiste o bom viver: cumprir etapas, aprender com elas. Levar, de cada uma, sua lição. Ter base para o porvir e bagagem para advertir. Para tudo, um tempo.


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