segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

O retorno e Terno...

De vez em qdo, o chão parece nos faltar, o mundo parece adquirir nova rotação, alheia àquela normal, com que a gente já andava tão acostumado. De vez em qdo, as pessoas com quem a gente acreditava poder contar, desertam e deixam o vazio, deixam a decepção, a dúvida, a tristeza.

De vez em qdo, há cadeiras enfileiradas, com pessoas de pouco cabelo e muita fé. Há a menininha q traz a boneca, para q ela não a deixe com medo...há a menininha dentro da gente q esqueceu a boneca e chora de medo.

De vez em qdo, há conversas virtuais com pessoas q não se vêem há muito, com quem não se fala há muito, mas, q nos dizem exatamente o q é necessário ouvir. Há, tbm, diálogos com os que precisam receber, de graça, uma palavra da Graça, antes de dormir, para aliviar o peito.

De vez em qdo, surge uma caneca, escrita: para uma amiga de todas as horas, há o encontro com o amigo amado, q gosta muito de café e nos diz: como vc está linda! (com cabelos curtíssimos e olhos pálidos de vômitos, durante o dia). Tem irmã de BH, dizendo q tudo vai dar certo e irmã de Piracicaba, ralhando pq foi a última a saber...tem arquiteta dizendo q a gente é inspiração! Tem mãe dos EUA, chorando, ao telefone, pedindo ao Pai, em silêncio.

De vez em sempre, no meu pra sempre, tem marido carinhoso, cuidando, mimando, amando do jeito e qto tempo puder...tem filho sorrindo, levando a mamãe, guiando a mamãe e perguntando onde é o dodói, pra fazer carinho. Tem mãe angustiada, rezando ao Sagrado Coração de Jesus.

De vez em sempre, no meu pra sempre, tem misericórdia. Tem Deus atuando em cada minuto vivido. Tem salvação. Ainda tem tempo para sentir o olor das rosas...Tem vida...tem retorno e terno...


terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Ao mestre, com carinho...

Eu tenho amigos. Alguns. Na verdade, poucos. E, em sua maioria, nos conhecemos há muito tempo, ou temos muitas histórias juntos para contar, já choramos e rimos...são os meus anjos.
Mas, a vida é cheia de surpresas e, advindo pelas mãos de um verdadeiro amigo, Lucas Sampaio, conheci um anjo: Luiz.

O anjo Luiz teoricamente era meu aluno, mas, ao contrário, se tornou o meu mestre. Luiz é rapaz quieto, mas, q nunca nega um sorriso de acolhida, de satisfação pela vida, de tentativa de ajudar. Luiz é rapaz de garra, de muita determinação. À medida em q havia nossos encontros, eu aprendia de superação, de amor. Houve vezes, em q ele estava muito preocupado com seu pai, q deixara na pequena Miraí, junto à sua mãezinha. Houve vezes, em q, por essa preocupação, vi seus olhos marejarem...de outras feitas, os olhos inquietos e sagazes ficavam rasos pelas minhas histórias...pelo tumor, pela morte do meu pai, pelas dores q compartilhamos.

Luiz caminhou muitas trilhas escarpadas. Subia e descia monte, para poder estudar. E, chegando ao colégio, com as calças e botinas sujas da terra levantada pelos firmes passos, era escarnecido, era execrado.
Luiz chorava em silêncio, dentro do quarto, para não decepcionar aqueles q tanto amava e por quem lutava.
Era forte. Foi forjado em fogo, como todo ouro.
Os céticos diziam q ele sonhava grande demais...ele sonhava UFV...vejam só q ousadia!
Então, chegou o dia em q ele bateu à porta de um dos incrédulos e mostrou seu nome na lista dos aprovados...na UFV. No seu sonho.

Deus nos permite muitos sinais de Sua graça. Deus nos mostra q somos capazes de tudo o q quisermos, não sem sofrimento, mas, com Sua companhia.

Luiz, meu professor, hoje cursa mestrado na UFV. Viajou pela Europa, ganhou medalha, ao se formar...é um anjo q Deus honrou por seus esforços e me privilegiou, por colocar em meu caminho.

Obrigada, mestre. Por tudo. Sobretudo, por me ensinar de vida.


domingo, 15 de janeiro de 2012

Recomeçar

Sempre achei legal o botão reiniciar dos computadores. Ele nos permite apagar erros, consertar burrices...
Seria excelente se tivéssemos o tal reiniciar na vida...

O rapazinho te faz juras de amor, te promete mundos e fundos e, depois, se empolga com outra donzela qualquer e está lá vc: descabelada, ao telefone com a amiga, atribuindo nomes q existem e não existem ao tal sujeito...muito mais fácil seria dar um restart e começar de novo, de preferência, dando vc o farewell pro moçoilo.

É. infelizmente, não há tal aplicativo em nossa existência. Mas, há as misericórdias de Deus, q se renovam, a cada manhã...

Muitos sabem q sou advogada de diploma, não de exercício, muito menos, de coração. E, hj, aos trinta anos, me vejo absolutamente tentada a recomeçar. A voltar pros bancos de uma Universidade, suportar o drama e a loucura de meus pares teen e fazer, de verdade. Fazer algo de q goste, sem preocupação em satisfazer ngm, a não ser a mim mesma, q quero mais, quero viver. Quero iniciação científica, quero me formar com honras, mestrado, doutorado...quero não ser dependente de ngm, como fui na primeira graduação.

Nunca gostei de Direito. Mas, o mocinho, lá do início da história, existia...pôs idéias na cabeça, sonhos no coração, anel no dedo e, no final, como diria o sempre gênio Chico: MENTIRA!
Por isso, eu não me formei em Direito. Eu cursei o falecido...

Mas, agora, madura, realizada no amor, com uma linda família q me apoia e, ao sabor das misericórdias de Deus e dos sopros do Espírito, vou me permitir galgar prosperidade profissional.

Ainda não sei o q quero ser, qdo crescer...mas, sei q quero ser grande! Cansei de olhar para baixo...cansei de andar com galinhas (e me resignar a isso). Quero agora ser águia. Pq o céu é o meu limite...


sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Bati o coco!

Qdo Arthur bate a cabeça bem forte, q chega a dar aquele frio na barriga da gente, de medo de ter sido algo mais grave, para consolá-lo, constatando q não passou de um susto, dizemos: não foi nada não...só bateu o coco. Mas, isso só não faz com q ele pare de chorar...pq a dor continua lá, certamente, latejando na cabecinha dele.

Gente grande tbm bate o coco. Tem gente q bebe, bebe, bebe, faz besteira, "dorme na praça" e, no dia seguinte, tá com o coco inchado, de vergonha, de tristeza...
Tem gente q bate o coco de teimoso q é. Não arreda pé e, qdo acha alguém q faça frente, é trombada de caminhão com carreta...mais coco batido.

Estes dias pra trás, eu bati o coco. Queria fazer um bem e acabei por fazer um mal, mais a mim do q a qq outra pessoa. Todo mundo q me conhece sabe como prezo meus amigos. Amigos mesmo: de alegria, de tristeza, de saúde e de doença, da verdade. E contei, a uma dessas pessoas q tanto prezo, algo q descobri. Isso a feriu. Infelizmente, o preço da verdade foi o afastamento de alguém amado.

Essa dor, da batida do meu coco, vai ficar por um tempinho, eu acho. Pq, na verdade, o q machucou foi meu coração...e, pra essa dor, beijinho da mamãe, nem abraço apertado de mais ngm, q não seja a própria pessoa, é remédio...