quarta-feira, 28 de setembro de 2011

falta o pedaço...

E sigo me perguntando o q fazer com o meu pedaço apartado, q me faz doer, mesmo de longe, sem q eu possa, sequer, colocar a mão na ferida, para tentar estancar a amargura q me farta...
E sigo sonhando vc, tentando te alcançar. E fecho os olhos para lembrar cada traço seu, cada linha suave em q minha mão se deteve, para te decorar.  
Tá tão difícil suportar este abismo...de vez em quando, penso em pular, para te encontrar do outro lado, para mudar os meus rumos, refazer os meus sonhos, juntar os cacos, criar vitrais q possam me trazer vc de volta, ainda q em fragmentos.
Já cansei de lamentar e reviver os por quês. Já cansei de olhar o espelho, q me mostra a sombra do q já fui. Já cansei de não ter vc, para um beijo de manhã, para desejar um dia bom e dizer q, à noitinha, a gente recomeça de onde parou...
A noite, agora, é eterna. A escuridão e as lágrimas me embaçam a vista e anunciam a cama vazia, a alma vazia.
E continuo me questionando: se a casa não tem mais vc, se não te vejo no corredor, jogado no sofá, se o jornal está intacto e não há cheiro de café, por quê meu coração te carrega e insiste em te levar pra todo canto?
E sigo me perguntando o que fazer com o pedaço retirado de mim, q ainda lateja, pulsa e vive, me matando, aos poucos...
 

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Tempo

É como se a impiedade do tempo deixasse marcas e levasse lembranças: suaves, serenas. E o semblante de cansaço e maltrato da vida só sabe carpir e inundar os sulcos, ao redor dos olhos, dos lábios, em torno da alma...(Bruna Cordeiro de Alencar)
 

domingo, 25 de setembro de 2011

Desejo

E a lembrança me faz voltar até o toque suave de suas mãos, que deslizam, delicadas e firmes, reticentes e decididas, no meu corpo. Flutua minh'alma. Seus dedos leves aplacam meu desejo e me arrepiam e me dominam e desenham amor em toda curva.
O encontro de nossos olhares, em silêncio, em ardor, renova votos, descobre delícias, sela promessas e pactos de ternura, de prazer.
Seu dorso me é refúgio, me acalma e agita. O corpo sôfrego, mesmo exausto, recomeça. E a vontade grita para q não haja fim, para q o tempo pare e recite a poesia calada, gemida, sussurrada e firmada em suor, em sorriso, em encanto, em ventura.
A lembrança me leva ao calor de lábios q me delimitam, q me sabem, q me matam a sede, q repousam meus sonhos, q me mordem em brasa e me fazem em casa, pois vc é onde quero morar.
A lembraça me leva ao seu corpo q se confunde com o meu, q, de tão dentro de mim, se torna eu. E me faz, desta forma, ter saudade de mim...


sexta-feira, 23 de setembro de 2011

pra sempre.

Estou longe dos meus meninos há alguns dias. Minha mãe foi internada, teve q fazer cirurgia, passou um tempo no CTI e, agora, se recupera, lenta e dolorosamente.
É um tempo em q mais q saudade, mais q vontade de estar perto, de sentir o cheiro, de abraçar apertado, de beijar e ser beijada (no caso de Arthur, babado), tenho sentido vontade de agradecer. Sobretudo, a Leo.
Meu Leo abraçou minha pequena e quase rara (no sentido de extinta) família de tal modo, q me emociona. Emociona vê-lo na porta do hospital, cuidando do menino, q não podia entrar, pra ver Daidai. Emociona o sorriso no seu rosto, a cada progresso, a cada avanço anunciado pelos médicos. Emociona a disposição em dormir com ela, para eu poder descansar.
Emociona a minha escolha. Certa. Pra sempre.
                                                                   

                                                                                     





quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Evolution!

A maioria dos meus alunos está na faixa dos 17 a 20 e poucos anos. De forma muito querida , me acolhem dentre eles, como uma comum, um de seus pares. Mas, devo dizer q, nem sempre me sinto parte...em especial, em seu vocabulário, reside uma lacuna, para não dizer um abismo entre nós.
Outro dia, um deles me disse: fessora, hj vc tá bruta! (Sorrindo)...eu tbm sorri, meio sem entender como a brutalidade havia se tornado algo elogioso! Depois, vim a saber q o q ele quis dizer é q eu estava bonita aquele dia!
Partiu, fessora! Partiu??? Pra onde? Quem partiu? Não, fessora, partiu é qdo tá tudo certo, resolvido, ok...

Muito interessantes essas gírias. Porque, a bem dizer, não há fundamento lógico q nos faça entender a relação entre o termo usado e o seu significado. É como se, aleatoriamente, pegassem uma palavra já existente e tentassem, em seu viés adolescente, subverter o posto e mudar estruturas. Incrível q, entre eles, tudo faz sentido!

Na minha época (ai, como esta frase me faz sentir o fardo dos meus vinte e tantos anos!), claro, tbm havia gírias...expressões q nos nivelavam, igualavam e nos fazia do mesmo bando. O famigerado "véi", que ainda povoa as bocas dos meninos de hj, era uma das mais usadas! Lembro minhas primas, a quem tentava imitar, dizendo q algo legal era "du galbi" e se alguém havia se excedido na bebida estava "trolets". Se quiséssemos saber se a pessoa havia entendido o dito era só soltar um: cê fraga?

Meu Deus! Como isso soa absurdo hj! Contudo, é assim q se faz, como a banda toca - para usar uma do tempo da minha mãe! E é até bacana (era da vovó!) participar dessa evolução!

Portanto, tia Bru tá ligada nessa bagaça, véi. E, por mim, tá de boa. Não fico de cara não. Eu não posso é ficar de fora do que tá bombando, valeu?
Partiu!