domingo, 23 de dezembro de 2012

au revoir!

2012 está agonizando.
E, sinceramente, ainda não sei qual será o seu epitáfio.

Saudade, acho que não vai deixar. Muitas lembranças, porém.

Em 2012, eu descobri tumores. Que foram ceifados, insistiram em voltar, que foram aceitos e me ensinaram um bocado. Descobri a dar muito valor ao pão francês. E tbm à maquiagem e aos cosméticos, que me reaproximaram de tanta gente bonita e me apresentaram novas pessoas.

2012 arrancou muitas máscaras e me mostrou que, por baixo delas, havia rostos, que nem Mary Kay conserta. Mostrou que há pessoas insanas, às quais se torna indigna a alcunha de pai, mãe ou irmã. Aprendi que há, sim, monstros. Mas, que, para cada um deles, há a mão onipresente de Deus. 2012 trouxe gente doida, rodeando, querendo tentar de novo e a certeza de que a minha escolha foi certa (MISERICÓRDIA!)

Eu não gosto de ser alvo de pena. Mas, em 2012, houve isso tbm...houve pesos a mais...muitos! tão inconvenientes! Digo de kg e fardos...lágrimas de gente que amo e feridas em mim abertas...

2012 trouxe filho conjugando verbos, descobrindo como se orientar, melhor do q a mãe (aquela moto ali, à direita?) e desorientando a gente: desce de cima do sofá! Não rabisca a parede! Larga essa faca!
Mas, no final do dia, com ele dormindo, ressonando, feito anjo, trouxe a prece, de agradecimento pela bênção dele ser meu.

Teve Leo. E isso quer dizer que houve escolha, houve escola, todo dia. Cuidado, zelo, amor, presença, presente, príncipe, sorriso, som de riso...em todo gesto, em qq gesto.

Teve a mãe mais intensa do mundo. Por quem choro e com quem rio, na mesma proporção. Aquela cuja saudade faz doer, como punhal cego...cortando devagar, fazendo sofrer mais, lembrar mais, querer mais presença.

Teve Viçosa, BH, Guidoval, Paula Cândido. E, de repente, mesmo com dores, pé inchado e muita luta, vamos ser diretora? SIM!

Houve Bina (que sempre vai haver), Marcus (tão bom em me fazer sorrir) e Martinha (q não sabia de nada, mas, sabe sempre o q importa).

Houve gente que depois de usar bem "u nigucim", reconstruiu e quis leiloar...houve quem nunca usou e leiloou, para ajudar o próximo! O próximo ficou mais pobre...e ela tbm.

Ah! Teve, tbm, fim do mundo...que, por uma vontade besta dos tais Maias iria acontecer um dia depois do meu aniversário. Foi adiado. Afinal, Deus é quem manda nessa bagaça.

Houve adeus e até breve. Seja bem-vindo tbm aconteceu. Mau-humor, bom-humor, falta de humor...muito pesar por tragédias alheias, que doeram, como se minhas fossem. Reencontros, desencontros. Houve saudade.

Houve vida. Experiência. E, se no início, 2012 soou non grato, o fim desmente essa idéia. Tadinho...não foi o melhor dos anos, realmente. Mas, trouxe aprendizado, que nunca é demais. Portanto, lápide escolhida...OBRIGADA, 2012!


quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Ciranda

Se pudesse capturar, com minhas mãos admiradas, a ternura de cada rodopio que ela faz, guardaria o mundo encantado de borboletas e girassóis que ornam cabelos...poderia sentir o melhor dos olores, simplesmente sorvendo o que vem da vibração frenética de movimentos que assolam e resgatam, apunhalam  e ressuscitam.

Linda bailarina. A lástima e a doçura de ser. Pés firmes, alma trêmula. Sorriso, porta ornada, de algo que chora e, tão visceral quanto a necessidade do rodar autômato, grita, implora para que seja aberta a porta da gaiola da (in) consequência e, finalmente, haja redenção.

Movimentos certeiros de braços frouxos, cansados do fardo, do peso implacável de rótulos e estigmas, feridas não aparentes, tão latentes.

Roda, bailarina...e, q em cada volta, haja mais perdão de si mesma. Haja menos falta do ontem. Haja mais coragem pro amanhã. Roda, bailarina...e que sua pirueta sejam açoites à vida q calejou não apenas seus pés, sejam chicotes tardios da dor que há muito dói...

Roda, bailarina. No mesmo eixo, na mesma cadência, com saltos elegantes, com postura ereta, com o espírito alcançado pelo silêncio do medo, pelo castigo da raiva. Roda, bailarina...e, em algum momento, solte suas madeixas, deixa as má deixas e faça vc o seu solo, sem solidão, sem sombras que assombram, com anseio do novo, sem necessidade do aplauso, querendo o seu gozo, vivendo o seu riso. Vivendo o seu todo.