quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

all we need is love!!!

Há algum tempo, havia uma crença disseminada entre mães e avós de que bebês gordos é que eram bebês saudáveis. Eu era, acreditem ou não, uma criancinha normal...nem raquítica, nem rechonchuda. Mas, mamãe achou que não estava bem. Resolveu me dar o tal Biotônico Fontoura, que, digo a vocês, possui o efeito mais longo já conhecido no mundo dos fortificantes...não me deixa mentir a história posterior a ele.
Tornei-me uma criança obesa...e, meu Deus! Como os coleguinhas (agentes do mal) podem ser cruéis! São de uma sordidez, uma frieza...e, assim, se iniciou a minha vida escolar. Vivia escutando: olha a gorda, q traz ovo cozido na merendeira (outra insistência da mamãe), flatulenta – o ovo produzia esse efeito – e sebosa (minha pele era de uma oleosidade danada).
Mas, não, caros leitores, isso não me aplacou ou fez calar o viés artístico e dramático tão ressaltado. À época, morava em Poços de Caldas e, a despeito de ser a gorda do ovo, era a filha do delegado. Coisa chique. Uma estirpe mãe d´égua. Portanto, as professoras (irmãs de caridade) até me destinavam uma certa deferência. Afinal, papai poderia fazer favores, de quando em vez.
Esse estímulo, ainda q tímido, me fez querer participar de muitas manifestações artísticas do colégio. Quando havia alguma peça a ser encenada, eu me prontificava ao papel principal, mas, por um argumento ou outro, nunca era escolhida. (Isso pq nunca encenaram Dumbo...hehehe)
Mas, uma lembrança forte e, na ocasião, muito triste, foi a coroação de Nossa Senhora. Era a maior festividade q um colégio de freiras, filhas de Maria, aguardava. E havia dois papéis de muito destaque: o de colocar a coroa e o de colocar a palma. Na pré-seleção, já disseram q a palma seria papel de um menino. Bem, me restava a coroa. Mas, para minha completa desilusão, não fiquei nem mesmo no quarto degrau, das menininhas q jogariam flores, durante a cerimônia.
Fiquei desolada. Cheguei em casa e mamãe se apiedou dos lamentos. Foi até a escola, conversou com a madre. E voltou com o seguinte: ficamos com medo do peso dela fazer a escadinha ceder e machucar as outras crianças...
Trágico!!!
Enfim, depois de muitas lágrimas – tbm gordas – consegui superar esses e outros traumas subsequentes.
Minha juventude tbm foi um mural de lamentações, mas, finalmente, chegou o dia em q consegui me aceitar. Sobretudo, gostar de mim. Claro que uma dietinha aqui, outra ali não fazem mal. Mas, obsessão, sofrimento...eu, hein! Tô fora.
Eu sou perfeita. Deus me ama tanto, com toda a minha opulência e talento (rs)...quem sou eu para discordar dele? Precisamos é de amor...amor para nos aceitarmos, para nos resignarmos e, se não nos pudermos mudar, amor para conviver conosco mesmos!

6 comentários:

  1. Adoro seu humor de novela mexicana!!!
    Maria do Bairro, amo vc!

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  2. To morrendo de rir!! pensei que eu fosse bem humorada, mas você me superou viu... rsrs
    mas esse é um assunto muito delicado, pois infelizmente milhares de pessoas ainda vivem sob esse trauma!! graças a Deus por ter superado. Você é linda demais! quem nunca chegou perto de você para te conhecer de verdade realmente não merecia ter esse prazer... Linda, linda!!
    continua escrevendo... é bom demais pro coração!

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  3. ah, minha comadre linda e do coração...
    Suas palavras são um sopro de alegria ao meu dia!
    Já cultivo o desejo de te conhecer bem de pertinho!

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  4. Amiga, eu ri da historia da escadinha! HHAHAHA, não me aguentei. Tudo bem que para uma criança eh tragico mesmo, mas foi hilario o jeito como vc escreveu aqui. Mas e agora, dane-se tudo, vc esta MAGRA! hahahahaha.. eta leleee

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  5. Owwww q issso, mtu bomm!!! Td bem q nao em identifiquei com nada... mas... alegrou minha tarde! Bjo Bruna

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