sexta-feira, 8 de abril de 2011

LUTO

Eu não sou carioca. E não importa, neste momento, se sou brasileira, casada, mãe.
Eu sou humana. E, ontem, aos sete dias de abril de 2011, senti medo, nojo, vergonha, raiva de q assim seja.

A gente acorda, esfrega os olhos e, às vezes, maldiz os raios do sol entrando pelas frestas, menino gritando, a correria para tomar banho, tomar café e tomar coragem para trabalhar. Deve ser assim com muitos. Inclusive, com os q ontem conduziram seus filhos àquela escola. Com mães, pais, irmãos e afins q tiveram sua vida marcada, ameaçada e destruída. Pais, mães, irmãos e afins q, se soubessem o q traria aquele dia, teriam se detido na conversa, sorrido com os gritos e abraçado mais forte quem partiu.

Eu não sei o q está acontecendo. Mas, definitivamente, há algo errado com o mundo. Há algo torpe, vil e demoníaco assolando mentes, como a do assassino daquelas crianças. Causa asco tentar compreender os motivos. Não há. Nada é suficiente razão para extirpar sonhos e realidades.

Novamente, o sentimento de impotência ronda e assusta. Devo dizer q passei boa parte do meu dia - agora, fala a Bruna mãe - pensando em Arthur. Liguei para a creche, pedi a Deus, chorei por aquelas famílias, q, tbm impotentes, choram suas mortes.

Rogo a Deus q nos olhe e proteja. E, em especial, peço q dê conforto, força e coragem àquelas famílias, para, amanhã, novamente, despertarem. Silenciosas e sem alegria, mas, confiantes no Deus do impossível, de graça e misericórdia, de justiça, sobretudo.

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