domingo, 6 de fevereiro de 2011

Liberdade, ainda q tardia.

Ontem, comprei um bonezinho para Arthur usar, pois estávamos passeando sob aquele solão de meu Deus.
E, seguindo a linha mãe-coruja-quase Rochele-psicótica, cismei q Arthur tinha q amar o style, como ele ficara fashion e simplesmente desfilar com a coisa na cabeça. Imediatamente, ao sairmos da loja, ele tirou o chapéu. Eu coloquei de novo e foi assim até ele realmente se irritar e ficar pirracento e impossível, como crianças podem ser.

Hj, procurei realizar uma nova tentativa. Enfiei o apetrecho na cabeça dele e, para nova decepção, ele o jogou ao chão. Com a macaca, fiquei nervosa, questionando como é q o menino podia fazer aquilo comigo, q fui tão zelosa, preocupada, comprando a porcaria do boné. De fato, entrei num estado idiota de irritação, querendo impor ao meu filho a minha vontade.

Lembro q já escrevi aqui acerca de como admiro a liberdade q as crianças cultivam. Se é sim, sim, se é não, não. E, muito envergonhada, admito q tentei tolher esse viés tão natural do meu menino.

O q mais me lastima é q fiz com Arthur o q a sociedade em geral faz com a gente e a gente assente, pq, com o tempo, perde aquilo genuíno e franco com q nascemos.

A gente bebe uma cervejinha pq os amigos incentivam, experimenta coisas esquisitas pq, senão somos caretas, usa o tênis relaxado, com cadarço colorido, pra ser "in", vai à missa, ou vai ao culto, ou toma passe, inquieto, com o pé batendo no chão, doido pra acabar logo, só pra "enganar" Jesus e ficar de boa com o cara.

A gente mente e se acostuma a isso. De fato, muitas vezes, a verdade é q escandaliza, q causa espécie...

É, Arthur...ensina mesmo pra mamãe. Lembra a ela q é a verdade q liberta.

Um comentário:

  1. Sábias palavras do Gibran Kahlil Gibran!

    Beijos


    Os Filhos

    Vossos filhos não são vossos filhos.
    São os filhos e as filhas da ânsia da vida por si mesma.
    Vêm através de vós, mas não de vós.
    E embora vivam convosco, não vos pertencem.
    Podeis outorgar-lhes vosso amor, mas não vossos pensamentos,
    Porque eles têm seus próprios pensamentos.
    Podeis abrigar seus corpos, mas não suas almas;
    Pois suas almas moram na mansão do amanhã,
    Que vós não podeis visitar nem mesmo em sonho.
    Podeis esforçar-vos por ser como eles, mas não procureis fazê-los como vós,
    Porque a vida não anda para trás e não se demora com os dias passados.
    Vós sois os arcos dos quais vossos filhos são arremessados como flechas vivas.
    O arqueiro mira o alvo na senda do infinito e vos estica com toda a sua força
    Para que suas flechas se projetem, rápidas e para longe.
    Que vosso encurvamento na mão do arqueiro seja vossa alegria:
    Pois assim como ele ama a flecha que voa,
    Ama também o arco que permanece estável.

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