domingo, 12 de dezembro de 2010

Lá fora, amor, uma rosa nasceu...

A gente vive assim, numa urgência não se sabe de quê, uma carência do q não conhece...
A gente trabalha. Muito. Pra ter dinheiro.
A gente sorri. Pouco. Pra não perder tempo.
A gente anda apressado. Fala apressado. Ama apressado.
Não há ocasião para ser detido. No beijo, no olhar, no abraço.
As pequenas coisas, aquelas dos arredores das coisas grandes são inúteis, invisíveis, quase.
As folhas dançarinas de árvores centenárias, os pássaros tenores, rasgando o véu do silêncio noturnal, o sorriso lambuzado de doçura de uma criança, um obrigado, um bom dia, um eu te amo...
Tudo besta, tudo pouco para quem precisa de muito não se sabe o quê.
Não se sabe nem mesmo onde reside o tal muito.
A gente trilha tantos caminhos escarpados, a gente erra tanto pela incógnita.
E se desfaz e abre mão do corriqueiro, do q está ali dia-a-dia. Da "bença", mãe, do beijo na hora de dormir, do sorrir com os amigos, de admirar o encanto do filho jogado no sofá, assistindo a um desenho qualquer.
A gente se irrita. Sempre.
E fica doente por dentro. Mas, não se cuida não. A gente não tem tempo.
A gente se mete num carro, num trânsito q Deus me livre e, horas a fio, frea, acelera, frea, acelera, erra a marcha, perde a marcha, sai de marcha. Pra chegar.
E, enquanto isso, lá, do lado de fora do vidro fechado (percepção deturpada de paz), o mundo gira e a vida assume uma frequência acelerada, q não se pode parar e nem perceber. Afinal, é preciso alcançar.
Acho q a gente busca é a felicidade. Tolamente. A gente almeja o q está pelo caminho, mas, não enxerga.
A gente quer é a alegria de um domingo cedinho, com o menino na cama da gente, se embolando com a gente, subindo na gente, beijando a gente molhado, querendo dizer q a vida está acontecendo agora e amanhã, talvez, seja tarde.

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