E chega um momento em q se canta mais alto, para abafar o som das escolhas, para quebrar o sussurro do "se", q nunca houve, mas, vive, como sombra a assolar. O canto é forte, é de saudade, é de verdade, é de vontade de ter asas, de voar para longe, de voar para onde é possível ser alguém.
Chega um momento em q aquela q vive mentindo dentro de nós, para nos proteger, perde as forças, perde a coragem e chora, pequena, como se envergonhada de não ter realmente cumprido o seu por quê. E então, se canta para q a fantasia de todo não feneça e para q, tbm, por mais q doa o real, ele ainda pulse, em veias mais estreitas, num sangue que arde, procurando novos caminhos, sem os encontrar.
E se a canção se emudecer, ainda restará seu olor, a cadência ritmada, de batuque de funeral, batuque de tambor, de quem já não liga para os orixás, pois, há muito, já se tornou santo, já se enrolou num manto, desce e sobe encostas, descalço, açoitado pelo vivido e guiado pelo emudecido ritmo do viver inacabado.
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