terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Um dia...

Ele era um sujeito alto, de pele clara e olhar vago.
Tinha maneiras polidas e emblemáticas, como de militar servil, cheiro misterioso e um sorriso q, em q pese a largura e os belos dentes, expressava aquilo q seu coração inundava: solidão.
Sua altura e o porte atlético inevitavelmente chamavam a atenção de inúmeras mulheres. Tudo isso, porém, passava quase q despercebido para ele e, se percebia, tinha uma quase raiva do destino pq elas não eram ela.
Ela, com quem, tantas vezes, à parte de todas as gentes, dançou de rosto colado, afagando os cabelos.
Ela, q lhe vinha num vestido vermelho e, em rompante, lhe agraciava com o beijo de lábios quentes, molhados, pulsantes.
Ela, cujo quadril lhe cabia com perfeição, cujas palavras eram desnecessárias...ela, q bailava, em sua frente, na cadência ritmada de um coração q espera, espera.
Ela, q cobria o rosto, com seus cachos dourados e q, na curva dos mesmos cachos, fazia um véu, criava a distância.
Ele era um sujeito calado, de poucas palavras e rios de sonhos...sonhava dourado, um rio de leito loiro, de curvas sinuosas, de um caminho q não lhe pertencia, mas onde, um dia, poderia se banhar...


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